Texto: Leandra Migotto Certeza* – Fotos: Vera Albuquerque – Cartuns: Ricardo Ferraz**
“O amor é a base para a vida. É preciso amar sem nos prendermos a dogmas, clichês ou fórmulas. Enxergarmos o amor em sua essência mais simples – lição tão óbvia, mas que teimamos em não enxergar. A estética é apenas uma expressão da beleza! É só o que nos atrai para o corpo. Nele se enquadram tantas variáveis, quanto possamos imaginar.
Restringi-lo a um padrão é como resumir um teorema matemático – onde se pretende explicar a complexidade do Universo – numa mera tabuada. Não podemos ser negligentes com a diferença. A maior dádiva do ser humano é a sua complexidade! O que realmente deve nos atrair como conceito estético é a DIVERSIDADE, pois a beleza não se resume a uma única forma!” – Eduardo José Magalhães Martins Junior (Dudé), músico e professor de canto.
Segundo Ana Rita de Paula (psicóloga); Mina Regen (assistente social) e Penha Lopes (pedagoga), na obra: “Sexualidade e Deficiência: Rompendo o Silêncio” (Expressão & Arte Editora/2005): “Crescer, apaixonar-se, namorar, transar. É o que, geralmente, acontece com as pessoas. Porém, quando no deparamos com alguém que – se locomove em uma cadeira de rodas, não enxerga com os olhos; não se comunica com a fala e a audição; tem uma inteligência diferenciada da maioria das pessoas e/ou não enxerga e ouve ao mesmo tempo – provavelmente não imaginamos que este ser humano possa, naturalmente, sentir desejo e se relacionar sexualmente”.
Erotismo e deficiência são termos que parecem não combinar quando postos lado a lado. Mas combinam! Nós é que não percebemos. Quando uma pessoa com deficiência, diz que mantém relações sexuais, em geral, podemos reagir com desconfiança ou pena. Primeiro, por duvidar que alguém possa sentir atração por ela: é mais provável que esteja se aproveitando ou obtendo alguma vantagem. Segundo, por supor que ela esteja fantasiando ou mentindo. Lamentamos, então, a impotência humana diante das fatalidades que atravessam nossas vidas! Como o novo sempre nos assusta, procuramos nos vincular ao já conhecido. E, assim, buscamos refúgio nas imagens que a sociedade, geralmente, nos apresenta tanto da sexualidade (sexy é quem exibe um corpo perfeito e simétrico, segundo os padrões de beleza e estética da mídia); quanto das pessoas com deficiência (alguém que erroneamente supomos ser ‘imperfeito’, ‘incapaz’, ‘frágil’, e que não pode fazer parte da sociedade dita ‘normal’). O resultado é um misto de muita alienação, desinformação e preconceito.
Por isso é preciso esclarecer que a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano, seja uma pessoa com deficiência ou não. Ela vai além do sexo, que é apenas seu componente biológico. “É muito mais do que simplesmente ter um corpo desenvolvido ou em desenvolvimento, apto para procriar e apresentar desejos sexuais”, como afirma a orientadora sexual Maria Helena Brandão Gherpelli no livro: “Diferente, mas não Desigual” (Editora Gente). Já segundo, Ana Rita de Paula: “asexualidade está associada ao desenvolvimento da afetividade, à capacidade de entrar em contato consigo mesmo e com o outro, elementos fundamentais para a construção da autoestima. Nossa cultura tende a reduzir a sexualidade à função reprodutiva e genital, sem levar em conta a importância dos sentimentos e emoções decorrentes do processo educacional e de vida do indivíduo. E que cada um pode viver muito bem – e plenamente – sua sexualidade, de acordo com o que suas circunstâncias lhe permitem”. Para ela que tem deficiência física, a beleza é, na verdade, uma condição biológica (e não estética): “considera-se belo o que é simétrico, e pelas leis da natureza, o simétrico tem mais chances de ser saudável, portanto é mais capaz de propagar seus genes. A aparência física é o principal quesito para a atração, na fase inicial das relações interpessoais, enquanto que a inteligência e a personalidade têm uma importância secundária nesse mecanismo”.
Marcela Cálamo Vaz Silva, professora e mãe de dois meninos, não acha que sexualidade seja uma questão a ser resolvida através de modelos pré-estabelecidos pela mídia. Aos seis anos, ela adquiriu a paraplegia, devido a uma infecção na medula. “Desde que o mundo é mundo, o ‘belo’ sempre atrai mais, mas isso não significa que na hora de se relacionar com alguém, esse ‘belo’ seja o escolhido. Existem outros fatores importantes, que não são necessariamente ligados à estética. Se não fosse assim, não existiriam tantas pessoas bonitas solitárias. E isso tem sido cada vez mais comum de se encontrar nos dias atuais”.
O psicólogo, especialista em sexualidade, Fabiano Phulmann discorda de Marcela, e alerta que em nossa sociedade, a beleza física e a perfeição ainda são muito valorizadas, e maciçamente divulgadas pela mídia, fazendo-nos, erroneamente, atribuir ou restringir a sexualidade ao aspecto físico. Para o também membro da Sociedade Brasileira de Sexologia Humana: “diante de tudo isso não é de se estranhar que as pessoas com deficiência, geralmente, venham ser consideradas ‘doentes’ e assexuadas. E que quem não tem deficiência possa sentir mal-estar na presença de quem tem uma deficiência”.
Segundo Fabiano, que também tem tetraparesia (pessoa com paralisia parcial das pernas e dos braços): “a deficiência pode mobilizar sentimentos ambíguos: de atração e repulsa, diretamente relacionados, ao medo que as pessoas sem deficiência têm de adquirir alguma deficiência”. Pois, o grande problema que a bióloga e especialista em sexualidade humana, Arletty Cecília Pinel aponta: “é que, infelizmente, as pessoas com deficiência ainda são idealizadas erroneamente como seres frágeis, que possuem incapacidades múltiplas, ‘pobres coitados’ de quem devemos ocultar tudo o que possa machucar”.
sexualidade está associada ao desenvolvimento da afetividade, à capacidade de entrar em contato consigo mesmo e com o outro, elementos fundamentais para a construção da autoestima. Nossa cultura tende a reduzir a sexualidade à função reprodutiva e genital, sem levar em conta a importância dos sentimentos e emoções decorrentes do processo educacional e de vida do indivíduo. E que cada um pode viver muito bem – e plenamente – sua sexualidade, de acordo com o que suas circunstâncias lhe permitem”. Para ela que tem deficiência física, a beleza é, na verdade, uma condição biológica (e não estética): “considera-se belo o que é simétrico, e pelas leis da natureza, o simétrico tem mais chances de ser saudável, portanto é mais capaz de propagar seus genes. A aparência física é o principal quesito para a atração, na fase inicial das relações interpessoais, enquanto que a inteligência e a personalidade têm uma importância secundária nesse mecanismo”.
Marcela Cálamo Vaz Silva, professora e mãe de dois meninos, não acha que sexualidade seja uma questão a ser resolvida através de modelos pré-estabelecidos pela mídia. Aos seis anos, ela adquiriu a paraplegia, devido a uma infecção na medula. “Desde que o mundo é mundo, o ‘belo’ sempre atrai mais, mas isso não significa que na hora de se relacionar com alguém, esse ‘belo’ seja o escolhido. Existem outros fatores importantes, que não são necessariamente ligados à estética. Se não fosse assim, não existiriam tantas pessoas bonitas solitárias. E isso tem sido cada vez mais comum de se encontrar nos dias atuais”.
O psicólogo, especialista em sexualidade, Fabiano Phulmann discorda de Marcela, e alerta que em nossa sociedade, a beleza física e a perfeição ainda são muito valorizadas, e maciçamente divulgadas pela mídia, fazendo-nos, erroneamente, atribuir ou restringir a sexualidade ao aspecto físico. Para o também membro da Sociedade Brasileira de Sexologia Humana: “diante de tudo isso não é de se estranhar que as pessoas com deficiência, geralmente, venham ser consideradas ‘doentes’ e assexuadas. E que quem não tem deficiência possa sentir mal-estar na presença de quem tem uma deficiência”.
Segundo Fabiano, que também tem tetraparesia (pessoa com paralisia parcial das pernas e dos braços): “a deficiência pode mobilizar sentimentos ambíguos: de atração e repulsa, diretamente relacionados, ao medo que as pessoas sem deficiência têm de adquirir alguma deficiência”. Pois, o grande problema que a bióloga e especialista em sexualidade humana, Arletty Cecília Pinel aponta: “é que, infelizmente, as pessoas com deficiência ainda são idealizadas erroneamente como seres frágeis, que possuem incapacidades múltiplas, ‘pobres coitados’ de quem devemos ocultar tudo o que possa machucar”.
Descrição da imagem: cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Um homem olhando assustado diz no balão do desenho para uma mulher (com olhar apaixonado) dirigindo um carro com a muleta no banco de trás e o símbolo internacional de acesso no estacionamento, indicando que ela tem deficiência: “Desculpe pela cantada, eu não vi a muleta da senhora”.
Histórias de amor
Segundo Nina Regem e Ana Rita, “a sexualidade se desenvolve a partir do modo como nos enxergamos e percebemos que as pessoas nos enxergam. Embora as sensações de prazer se dêem no corpo material; a sexualidade se constrói e se expressa no corpo simbólico, ou seja, no corpo que temos em mente, na imagem que fazemos dele, nas fantasias que temos com ele. Nós conhecemos nosso corpo ao andar, ao fazer amor, aos nos lavar, do mesmo modo que o conhecemos por meio da dor, da doença e das emoções. Esta bagagem inclui experiências físicas e psicológicas, imaginárias e reais, do presente e do passado”.
Para estas duas especialistas, muitas pessoas com deficiência só tiveram experiências distantes do prazer. “Durante anos, seu corpo foi (ou é) alvo de intervenções médicas, fisioterápicas ou corretivas que não contribuem para despertar o erotismo. Ao contrário, apontam o que há de errado, diferente, que precisa ser ‘consertado’, ‘normatizado’, caso contrário será sempre um corpo doente. Como se isso não bastasse, o espelho para o mundo é um padrão de corpo perfeito. Como fica, então, aautoestima da pessoa com deficiência? A tendência é não se achar atraente, duvidar que possa ser alvo do desejo dos outros”.
O psicólogo Fabiano Puhlmann, conta ser frequente, as pessoas verem um homem com deficiência junto com uma mulher bonita que não tem deficiência e logo pensarem: ou é compaixão ou ele é rico. Ninguém imagina que essas pessoas tenham uma vida sexual ativa. “Uma cliente minha, que nasceu com uma deficiência, estava grávida. Ao pegar um táxi, o motorista perguntou quem foi que lhe tinha feito aquilo. Como se ela tivesse sido estuprada e não tivesse escolhido a gravidez como todo mundo, ou como se não tivesse sexualidade e não fosse fértil”.
Descrição
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Três homens bem estranhos, e com cara de assustados, olham espantados uma moça sentada em sua cadeira de rodas, feliz da vida, junto com seu marido que a empurra por de trás da cadeira. Os balões de diálogo dizem respectivamente: “Só um monstro é capaz de fazer isso com a coitadinha”. “Tarado”. “Pena de morte”. A moça está apenas GRÁVIDA.
Fatos como esses, ainda infelizmente são muito comuns, pois segundo, Marta Schaaf, Mestre em Saúde Pública, pela Universidade de Columbia (EUA), em seu artigo: “Negociando Sexualidade na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência” (Revista SUR da Conectas – Direitos Humanos): “O discurso sobre proteção sexual é enraizado em questões de gênero; e a vulnerabilidade masculina ao abuso sexual é citada com menor frequência. A preocupação contra abuso e o medo da sexualidade das pessoas com deficiência se cruza no controle da reprodução. A fertilidade dessas pessoas é frequentemente e terrivelmente banida pela esterilização ou aborto forçado ou coagido. Essa prática de longa data e ampla disseminação é frequentemente feita para supostamente (e erroneamente) ‘proteger’ mulheres contra a gravidez que pode seguir o abuso sexual ou do crime de honra que poderia seguir a gravidez. Em muitos países, a legislação permite que pais obriguem menores de idade a se submeterem a esses procedimentos sem o seu consentimento”.
Estudos apontam que em pleno século XXI, ainda acredita-se que a mulher e o homem com deficiência não têm sexualidade. Eles tendem a serem vistos de forma infantilizada, a serem e cuidados – (esta postura ainda é bastante comum, especialmente com adolescentes com deficiência intelectual). Esse estigma também traz outros grandes equívocos. Por exemplo: mulheres com deficiência física, em cadeira de rodas, não podem ter filhos ou praticar o ato sexual; ou mulheres e/ou os homens cegos possuem um toque mais sensível, o que tornaria o ato sexual muito mais prazeroso. Também paira o mito de que as pessoas com deficiência intelectual são sem-vergonhas, inconvenientes, e masturbadores compulsivos, por terem uma suposta sexualidade exacerbada e sem governo. Enfim, são muitos os equívocos que precisam ser desfeitos!
A mulher com deficiência física ou motora pode ou não ter filhos, pois não há relação nenhuma entre a deficiência (seja ela qual for) e a fertilidade; a não ser que a infertilidade seja ocasionada por fator externo à deficiência, assim como ocorre com mulheres sem deficiência. A mulher ou o homem com deficiência visual pode exercer sua sexualidade usando ou não o tato; assim como escolher se querem ter filhos ou não. Pessoas com deficiência intelectual podem exercer sua sexualidade, respeitando as convenções do que pode ser feito em público ou não. É importante levar esta informação às pessoas, pois quem nunca teve a oportunidade de conviver com uma mulher ou homem com deficiência, provavelmente carrega estes falsos conceitos consigo. Também é fundamental que o adolescente com deficiência possa reconhecer sua sexualidade. É justamente em decorrência deste auto-reconhecimento que o outro passará a enxergá-la com este atributo e como uma possibilidade amorosa.
Descrição
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. O cenário é um muro velho, descascado e pichado. Um homem sem deficiência pergunta a uma mulher que está na calçada, apontando para sua barriga: “É barriga d’água?”. A mulher grávida, sentada em sua cadeira de rodas, faz uma cara de muito brava e pontos de interrogação e exclamação aparecem sobre sua cabeça.
Para Marcela: “pessoas que têm oportunidades de terem contato com outras, têm muito mais chance de se relacionarem. No caso das com deficiência, há uma série de fatores que interferem nisso, como barreiras arquitetônicas, (que dificulta o acesso aos lugares), e os pré-conceitos daqueles que os enxergam como seres imaculados. Quem não sai de casa, dificilmente conseguirá namorar ou ‘ficar’ com alguém. Mas nas redes sociais na Internet dá deficiência estão buscando as mesmas coisas que as sem deficiência, inclusive relacionamentos que envolvam amor e sexo. Ninguém está à procura de cuidados, mas sim de troca, e de um companheiro (a) para viver um relacionamento em que haja, sobretudo, reciprocidade”.
Já para Celso Badin, cineastra e escritor surdo homossexual: “É normal fazer amor e sexo, seja com surdo ou com ouvinte. Estamos aprendendo a sexualidade de qualquer maneira, seja através da televisão, de vídeos pornôs ou revistas. Nossa imaginação é igual a qualquer outra pessoa; seja ela negra, gorda, magricela, estrangeira, alta, baixa, deficiente ou surda. Porém, uma pessoa surda e gay sofre duplo preconceito pela GRANDE falta de informações. Os médicos não aceitam a presença de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais para me auxiliar nas consultas. Nossos mundos podem ser diferentes, o meu não tem som, e mesmo assim precisa haver trocas. Pois, vale a pena amar!”.
A jornalista e doutora em Comunicação e Semiótica e professora do curso de Comunicação e Turismo da Universidade Federal da Paraíba, Joana Belarmino (que tem deficiência visual total), concorda com Marcela em relação aos preconceitos sobre a sexualidade das pessoas com deficiência. Para Joana: “a sociedade evoluiu, material e culturalmente, e ampliou os espaços de atuação dos seus grupos. Entretanto, no cotidiano das suas práticas e costumes, aferra-se aos arquétipos primeiros da criação do sujeito humano, os quais fundamentaram ao estigma e o preconceito, fazendo com que persistissem para nós mulheres: cegas, surdas, com limitações físicas ou outras, o traço da desvantagem, da desqualificação, da desconsideração, ou da consideração de nós mesmas, a partir da supervalorização da nossa deficiência, como a falha mais visível. Isso inviabiliza uma percepção de nós mesmos, como sujeitos humanos globais”.
“Uma pergunta que sempre me fazem é se meu marido também tem alguma deficiência por achar natural, que uma pessoa com deficiência procurasse se unir a outro, cuja deficiência fosse igual ou parecida com a sua, pois assim seriam compreendidos completamente e, conseqüentemente, mais felizes. Não tenho nada contra quem se une a alguém ‘igual’ mas, o que não entendo é pensar que com o ‘igual’, a chance de ser feliz será maior. Crescemos convivendo com pessoas cujas crenças, pensamentos, cultura, limitações são diferentes das nossas. Conviver com diferenças sempre nos faz crescer, sejam elas quais forem, e a ação contrária gera discriminação, grupos fechados e guetos. Então, por que algumas pessoas com deficiência acreditam que só serão aceitas e felizes unindo-se a outras pessoas com deficiência?”, questiona Marcela. “Porém, quando meu filho Ricardo nasceu todos festejaram. Não era apenas mais uma criança na família, mas sim, ‘o filho da Marcela’. A mesma Marcela que, desde criança, despertava dúvidas sobre o futuro. Mas se alguém ainda se preocupava em saber se minha paraplegia faria diferença em minha vida, capacidade reprodutiva e felicidade, depois da chegada de Ricardo, isso ficou definitivamente esquecido. As dúvidas deram lugar as certezas”, conclui.
“Já eu comecei a namorar tarde. Achava que ninguém ia me aceitar. Mas PC se apaixona também, fica boba, e se sente mais rejeitada ainda. Vê que seus horizontes são mais impossíveis ainda. E tem muitas dificuldades em relação ao sexo. Tem algumas coisas que são difíceis mesmo. Posições e músculos que não funcionam como deveriam, e outros que funcionam mais do que deveriam. Você vai fazer sexo com um apoio no braço e não consegue. Não é igual todo mundo faz. Tudo depende de uma adaptação. Tem que ter uma colaboração muito grande do parceiro, principalmente, quando se tem espasmos, que é incontrolável. Eu não conheço outra PC casada. Eu conheço pessoas com hemiplegia e paraplegia casadas, mas PC não”, desabafou Maria (nome fictício) entrevistada para o livro “Paralisado Cerebral – Construção da Identidade na Exclusão” (Cabral Editora Universitária), escrito por, Suely Harumi Satow, mestre e doutora em psicologia social, e bacharel em filosofia e comunicação social.
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Três homens e uma mulher estão ‘desabando’ sobre uma moça sentada em sua cadeira de rodas. Eles gritam, fazem gestos bruscos com as mãos apontando o dedo em riste para ela. Todos estão com os dentes de fora, e com caras de extremamente bravos. A mulher na cadeira de rodas está chorando, extremamente assustada e com uma raiva enorme. Ao fundo da cena dois homens conversam estarrecidos. Os balões de diálogos dizem, respectivamente: “Por que tanta violência?”. “Ela vai se casar com um deficiente físico”.
Para Suely que possui incapacidade motora cerebral (IMC, erroneamente popularizada como PC – paralisia cerebral), as pessoas com IMC, podem passar por dificuldades maiores do que as demais pessoas com deficiência, principalmente em relação à sua sexualidade. “Eu sei que a PC não é hereditária, mas eu tenho muito medo de ter um filho deficiente. Acho que não tenho força para ter um parto normal. Ainda sinto muita vergonha de mim mesma, e isso é o que é o difícil da aceitação pessoal”, contou Maria à Suely. Já para Sidney Hissatugo, analista de sistema: “É importante sentir que a outra pessoa te ‘percebe’; e ver que ela também é livre de ‘pré-conceitos’. O mais complicado disso tudo é encarar as dificuldades – que vão desde as de locomoção, até o lado psicológico – e aprender com os erros. Fui percebendo o que realmente era importante para me desenvolver sexualmente. Não era apenas ser ‘perfeito’: alto e bonito, mas sim ser uma pessoa livre e desinibida de verdade, e por mim mesmo ”.
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Um casal vestidos socialmente estão sentados em uma mesa dentro de um restaurante. O garçom coloca a mão sobre a cabeça da mulher como se estivesse fazendo cafuné em um nenê, e diz para ela: “Vai papá, né?”. A esposa sentada em uma cadeira de rodas, com vestido longo, colar de pérola, e sapato de salto alto, faz cara de raiva, e um sinal de interrogação aparece sobre sua cabeça. O seu marido sem deficiência lê calmamente o cardápio.
Mas hoje inda existe muito preconceito entre a união de uma pessoa com deficiência e outra sem. Sidney T. Souza e Débora K. Souza, casados há mais de 20 anos e têm dois filhos. Débora é representante comercial e não tem deficiência. Sidney, cego total, é bacharel em Administração de Empresas, e analista de sistemas. “Era comum perguntarem quando nos viam juntos se éramos irmãos. Sou moreno de olhos castanhos e minha esposa é bem clara e tem olhos verdes. Não há nada que nos faça parecermos irmãos fisicamente. Quando falávamos que éramos namorados alguns diziam: Parabéns! Mas no fundo questionavam preconceituosamente: Como um cego conseguiu arrumar uma namorada? Ou como uma jovem, apesar de bonita, se dispôs a NAMORAR um CEGO? Além disso, uma colega da minha esposa, felizmente de pouca influência e nada persuasiva, fez um comentário depreciativo ao saber que ela estava namorando comigo. O comentário foi: você está matando cachorro a grito?”.
Eu mesma, Leandra, acredito que durante o meu relacionamento com o Marcos, os verdadeiros amigos me apoiaram em cada momento, sempre desejando a minha felicidade. Mas há ainda pessoas em minha família, que não acreditam que uma mulher como eu possa ser tão feliz. Ficam comentando que nós estamos juntos somente porque somos muito carentes, que não vamos encontrar mais ninguém que nos ame. Nós sabemos que isso não é verdade! Antes de iniciar minha vida sexual, sofri uma agressão tão intensa que nunca vou esquecer. Fui obrigada a ir há uma ginecologista amiga da família. Uma mulher amarga, estúpida e totalmente antiética enfiou um livro de anatomia na minha cara, me tratou como criança e disse que eu NÃO tinha o direito de usar o meu corpo para NADA. Hoje, minha vida sexual é uma delícia! Realizo várias fantasias com o meu corpo. Eu e meu amado nos respeitamos, experimentamos, e curtimos muito – sem medos e culpas – tudo que conseguimos fazer com os nossos desejos. Dentro de quatro paredes, abraçamos o mundo das fantasias! .
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Um pai com deficiência física está radiante sentado em sua cadeira de rodas com seu filho nos braços. Ele o ergue com muita alegria e sorri. O bebê não tem nenhuma deficiência aparente. Duas mulheres sem deficiência fazem cara feia, franzem a testa, olham com desprezo e muita arrogância, e comentam nos balões de diálogo, respectivamente: “Seu filho? Não parece nada com você!”. “O nariz é do padeiro. A boca é do…”.
Já para o casal, Claudia Sofia Pereira e Carlos J. Rodrigues, o preconceito que enfrentaram, no primeiro momento, partiu de alguns membros da família de Carlos, que ficaram preocupados por os dois serem surdocegos (deficiência única que apresenta as deficiências auditiva e visual concomitantemente em diferentes graus). “Pensaram que não tínhamos condições de ter uma autonomia de vida há dois. Namoramos três anos, e nos conhecemos em 1994 por correspondências em Braille. Hoje estamos casados, e somos muito felizes. Ainda não temos filhos, mas pretendemos ter no máximo dois conforme Deus quiser”, conta Claudia. Carlos diretor de esportes do Grupo Brasil é surdo total e tem baixa visão. Já Claudia, é surdocega total e coordenadora da Associação Brasileira de Surdocegos. Eles têm esperança que os surdoscegos tenham um futuro melhor em relação à sexualidade, pois sabem que ainda sofrem muitas discriminações. Para Claudia também é muito importante que a sociedade saiba que as pessoas com deficiência têm capacidade de ter um relacionamento amoroso feliz!
A felicidade também está presente na vida de Rita de Cássia N. Pokk, que em 2003, casou-se com Ariel J. Goldenberg, que também com deficiência intelectual. Ariel sempre diz que todas as pessoas com síndrome de Down têm o direito de sonhar, trabalhar, casar, e se desejarem, morarem sozinhos depois de casados. “O casamento para mim representa duas pessoas que se amam muito e que tem respeito um pelo outro. Não é só amor, sexo e cama. Um casal tem que ceder em algumas coisas. Dar carinho, amor, afeto e compreensão. No casamento não deve ter brigas e nem discussão. Tem que ter é paz, harmonia e amor. Quando eu estava entrando com meu pai para casar; e vi o Ariel lá na frente de terno cinza muito lindo, eu senti muita emoção, porque daquele momento em diante eu ia ficar para sempre com o homem que eu amo”, conta Rita. “Quando eu vi a Rita entrar vestida de noiva, de braço dado com o pai dela eu me emocionei tanto, que derramei algumas lágrimas. Agradeci a Deus, pois o meu grande sonho estava se realizando, eu ia casar com a mulher que eu amo”, confessa Ariel.
O publicitário, Hélio da Silva Pottes, e a enfermeira, Kênia M. Hubner Pottes, também são felizes há mais de 20 anos. Do casamento de duas pessoas com nanismo acondroplásico, nasceu Maria Rita, estudante anã. “Considero a nossa sexualidade dentro dos parâmetros de normalidade. O único receio que tivemos era engravidar fora de hora, pois éramos estudantes. Então, resolvi fazer uso de contraceptivo por um tempo. Depois nos cuidávamos porque não pude continuar tomando-os por ter engordado muito. Mas alguns familiares se preocupavam com o risco de eu engravidar e gerar problemas de saúde tanto para mãe como para o bebê”, conta Kênia. Para ela, por falta de conhecimento e cultura, nossa sociedade considera muitas vezes a pessoa com deficiência ‘assexuada’. “É pura ignorância e individualismo, além de ser mais cômodo do que entender e respeitar que as pessoas, embora diferentes no seu estado físico, são muito semelhantes nos instintos e nas emoções”, conclui Kênia.
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Um casal apaixonado está se beijando no meio da rua. ‘Corações saem das suas cabeças’. Dois homens com cara de espanto e completamente atônitos com o que estão vendo, exclamam nos balões de diálogo, respectivamente: “Ele precisa é de uma mulher normal para cuidar dele”. “Será que eles conseguem”. O casal vive sobre uma cadeira de rodas e têm deficiência física.
A psicóloga Ana Rita explica, porque muitas pessoas ainda pensem que quem tem deficiência seja assexuado. Pois, só no início dos anos oitenta a sexualidade, finalmente, começou a ser timidamente abordada dentro de outros contextos, como por exemplo: a adolescência; o desempenho de papéis sexuais; a gravidez; e o planejamento familiar para casais com deficiência. Para ela, estes estudos já revelam uma tendência, embora tênue, de elaborar uma análise mais psicossocial do que meramente orgânica e genital. No entanto, como o enfoque do estudo da sexualidade das pessoas com deficiência ainda é desenvolver técnicas de intervenção clínica e de aconselhamento visando ao ajustamento social, ainda persiste o viés de patologia soobre a sexualidade e a deficiência. Só mais recentemente a abordagem psicossocial começou a assumir timidamente lugar de destaque. Então, a ênfase passou a ser colocada no direito a exercer uma vida sexual satisfatória e na possibilidade de conquistar afeto e autonomia por meio de vivências afetivo-sexuais.
Segundo, Marta Schaaf: “A ameaça percebida da sexualidade de pessoas com deficiência se dá em parte ao seu possível desafio à norma da sociedade que valoriza a monogamia, a heterossexualidade e a sexualidade voltada somente à reprodução. Além disso, alguns indivíduos são incapazes de vivenciar a sexualidade ‘normal’ por terem diferenças no corpo, como por exemplo, falta de sensação genital, infertilidade, ou necessidade da presença de uma terceira pessoa para facilitar o contato íntimo. Já a sexualidade de homens com deficiência desafia discursos normativos, pois a sexualidade masculina é tradicionalmente entendida como uma experiência dominante, falo-centrada. Um homem com deficiência fazendo sexo é inconsistente com o discurso da virilidade masculina”.
Por isso, os especialistas afirmam que o verdadeiro processo de inclusão social eficaz deve ampliar essas visões estereotipadas ao favorecer o resgate da sexualidade e do erotismo das pessoas com deficiência. “Ser erótico é possuir a vida, a liberdade, o movimento, o calor compartilhado. A pessoa com deficiência precisa ser um homem ou mulher em busca de prazer, com responsabilidade e equilíbrio, seguros de sua capacidade de envolver o ser amado e de se apaixonar”, explica o psicólogo Fabiano.
Descrição da imagem: Cartum em preto e branco de Ricardo Ferraz. Em uma rua que mais parece um beco, todo sujo, pichado, com as paredes do muro descascando, lixo espalhado e uma casca de banana no chão, três mulheres passam de costas por um homem com deficiência física que está na calçada, sentando em sua cadeira de rodas. Ele aparente ter uns 30 anos ou mais, e não tem as duas pernas. No balão de diálogo está escrito: “Oi, garota do meio. Você é uma gata”. As três mulheres são respectivamente: uma que usa um par de muletas e tem uma perna menor do que a outra; uma pessoa sem qualquer deficiência aparente, e outra mulher obesa, também sem deficiência aparente.
“Depois de paraplégico, e sem forças nas pernas para me manter ativo por cima de uma mulher numa relação sexual, o único jeito era ficar por baixo dela. Posição privilegiada que proporciona ao homem contemplar, reparar, ver muito mais essa pretensa captura dos interiores femininos, e concluir, de uma vez por todas, que o grande capturado é ele (…). Antes, na afoiteza de atingir a ejaculação, permanecia por cima com a cabeça afundada na cama – e o pior, de olhos fechados. Sem pernas para essa cavalgada, descobri os dois mais extensos órgãos sexuais de meu corpo: meus olhos. Apreciar o coito e admirá-lo nas minúcias da fêmea em pleno erotismo, tal cálice consagrando-se ao deixar-se penetrar: a triangular eminência do púbis exaltada pela abertura das coxas, a cintura volátil, os braços diluindo-se em gestos orgásticos e, de vez em quando, os seios abençoando-me os lábios”, relatou o pintor João Carlos Pecci. João adquiriu paraplegia (deficiência física que impede os movimentos nos braços e das pernas), após um acidente de carro em 1968. Ele é autor do livro “Velejando a Vida” (editora Saraiva), obra que narra sua trajetória para engravidar sua amada, que deu a luz a uma linda menina, após muito carrinho. E hoje ele seduz a vida em todos os sentidos.
Um dos aspectos mais importantes da sexualidade da pessoa com deficiência, segundo Fabiano, é a sedução. “Para seduzir você precisa saber quais são as suas forças. Se alguém acha que não tem nenhum poder de sedução porque tem deficiência, ou se a cadeira de rodas é um peso enorme, o outro sempre vai vê-lo no papel de amigo. Desta forma fica difícil para a pessoa que não tem deficiência se envolver, pois é um horizonte novo. Ela tem ansiedades, medo, resistências. Se quem tem deficiência sabe disso, ele consegue facilitar para o outro. Se ela consegue se relacionar no meio social, passeia, tem amigos, a chance de conseguir ter um parceiro é muito grande”.
O psicólogo esclarece que pensando em uma pessoa que ficou com uma deficiência é preciso redescobrir o corpo como um todo. Para ele há várias formas. “A principal é se tocar de novo e perceber as áreas sensíveis e erógenas. Explorar a sensibilidade como um todo. Imagine uma pessoa que sentia seu corpo inteiro e de repente pára de sentir. Também é preciso usar recursos para flexibilizar os valores porque, às vezes, é necessário inverter o jeito que se observava as coisas. Caso a pessoa com deficiência seja muito ‘quadrada’, é preciso torná-la mais maleável, com cursos de dança inclusiva – nos quais as pessoas são tocadas e desenvolvem a sensibilidade – ou com a ida a sex shops. A pessoa com deficiência vai a uma loja dessas e vê o que as pessoas compram como brinquedos de masturbação, camisinhas com extensão de pênis e etc. Isso faz com que ela comece a ver o sexo de forma mais solta, com mais humor”, conclui Fabiano.
Sidney Hissatugo, analista de sistemas, contou que “O dia que jamais esquecerei foi quando houve uma troca recíproca de atenção, carinho e improvisos. Era nítida a sensação de estar à vontade naquele momento. Lembro-me do brilho dos olhares, de cada toque dela… Cada segundo que passava era totalmente preenchido. Não era uma pessoa que tinha alguma limitação física como eu, mas sabia que a ‘tal limitação’ está só na nossa mente. Já tínhamos decido nos entregar totalmente. É a melhor sensação da VIDA!! Minha maior fantasia e desejo é saber explorar e ser explorado, em todos os ‘cantinhos’ do corpo”.
Fabiano explica que nosso crescimento pessoal não depende só do outro, mas de nós mesmos. Lutando, aprendendo, estabelecendo relações e nos lapidando, cada um de nós pode desenhar o seu mapa do amor. A educação tem muito a ganhar com o trabalho de pessoas guiadas por mapas do amor. Educação é acolhimento, disponibilidade, prazer. Requer competência interna, para organizar a si próprio e externamente, para ir ao encontro do outro. Além de coragem para se despir de preconceitos, sobretudo na hora de lidar com pessoas, que estão fora do que é erroneamente considerado padrão em uma sociedade. Atributos como esses são fundamentais para desmistificar a sexualidade das pessoas com deficiência.
Fantasias Caleidoscópicas
Descrição da imagem: fotos sensuais de Dudé, Sidney e Leandra.
“A ideia de posar para um ensaio de fotos sensuais foi de Vera. Eu só senti uma atração irresistível por tudo o que ela dizia. Há alguns anos havia posado para ela para impressionar o meu primeiro namorado. Brincadeira de menina. Vontade de mostrar todo meu poder de seduzir. Muito mais a mim mesma do que a ele. Sempre fui vaidosa mesmo em meio a gessos, dores, formas contorcidas, e falta de pernas. Sempre gostei muito de sorrir. Sempre senti vontade de me mostrar. De me exibir. De me amar. De me querer. Os tempos foram passando e essa vontade aumentando…
Hoje os embates internos são menos intensos, e as dores inferiores aos prazeres que descobri em meu corpo ‘diferente’. Antes eu tinha vergonha de assumir que me gostava. Pensava: o que as pessoas vão dizer? Sei que não sou mais criança (há muito tempo toquei meu corpo e senti vida pulsando!), mas ainda tenho tamanho de uma. E me tratam como se fosse. Sexo? Eu? Como? Não posso, mas quero. Quero tanto! Minha ‘mãe’ (interior?) dizia que eu ficava feia de saia.
Fantasias Caleidoscópicas é um projeto de pesquisa em equipe que busca retratar a imagem (na maioria das vezes, ainda muito preconceituosa) que a sociedade tem em relação à sexualidade das pessoas com deficiência no Brasil e no mundo, e desmistificá-la por meio de: ensaios fotográficos, pesquisas, entrevistas, capacitação educacional (palestras e oficinas), exposição de arte e duas publicações acessíveis. Pessoas com deficiência física, visual, auditiva, intelectual, múltipla e surdocegueira, sejam elas: jovens; idosas; gestantes; obesas; casais homossexuais e/ou heterossexuais; de várias etnias, condições sócio-econômicas foram convidadas pela fotógrafa Vera Albuquerque, junto com a jornalista, Leandra Migotto Certeza a mostrarem sua beleza e sensualidade e relatar suas experiências afetivas e sexuais. Para a fotógrafa, questiona-se, assim, o padrão de beleza – instituído pelos meios de comunicação e pela moral dominante – ressaltando a possibilidade de uma democratização do prazer, uma igualdade de direitos sexuais, uma disposição das mentes (e dos corações) contra os juízos prévios e os preconceitos. Para a jornalista, dar voz às imagens é tão importante quanto o registro fotográfico, pois é interessante conhecer as histórias de vida dessas pessoas, que em sua maioria ainda são bem pouco ouvidas. O enfoque está na arte e na educação como agentes transformadores da realidade, aliados à palavra, como testemunha dos fastos e detentora de um poder de mudança na sociedade. A convite do Movimiento Amplio de Mujeres Línea Fundacional do Peru, o projeto foi apresentado e premiado em segundo lugar na categoria pôster, durante o “VI Congresso Internacional Prazeres Des/Organizados – Corpos, Direitos e Culturas em Transformação”, realizado pela Universidad Cayetano Heredia, em Lima em 2007; e apresentado no 1° Seminário Nacional de Saúde: “Direitos Sexuais e Reprodutivos e Pessoas com Deficiência” do Ministério da Saúde (Governo Federal Brasileiro), em 2009.
Referências bibliográficas:
- DE PAULA, Ana Rita; REGEN, Mina; LOPES, Penha. “Sexualidade e Deficiência: Rompendo o Silêncio”. Expressão & Arte Editora, 2005. 2- Trechos da pesquisa “Pessoas com deficiência e HIV/AIDS: interfaces e perspectivas: uma pesquisa exploratória”, desenvolvida pela equipe do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, e divulgada em 2009. 3- Trechos da obra: “Paralisado Cerebral – Construção da Identidade na Exclusão” (Cabral Editora Universitária – 2000), escrita por Suely Harumi Satow. 4- BLOG da Marcela: http://www.tchela.blogspot.com/
*Leandra Migotto Certeza é jornalista com deficiência física, (Osteogenesis Inperfecta), desde 1999 com mais de 100 textos publicados. Foi editora das duas principais revistas brasileiras sobre inclusão (Sentidos e Ciranda da Inclusão); e atualmente edita a Revista Síndromes. É Assessora de imprensa voluntária da ABSW; Consultora em inclusão, e mantém o blog “Caleidoscópio – Uma janela para refletir sobre a diversidade da vida” – http://leandramigottocerteza.blogspot.com/. Também é ativista em Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, e coordenadora do projeto “Fantasias Caleidoscópicas”: http://fantasiascaleidoscopicas.blogspot.com/. Recebeu a Classificação de Excelência no “Concurso de Periodismo y Comunicación Sociedad para Todos”, da Associación Capital Humano na Colômbia em 2003. Contato: leandramigottocerteza@gmail.com e (11) 98697-9067.
- **Ricardo Ferraz é desenhista, cartunista, e professor com deficiência física. Autor do livro: “Visão e Revisão – Conceito e Pré-Conceito”. Site: http://www.cadetudo.com.br/ricardoferraz/